
O governo brasileiro afirmou que “negociações baseadas em jogos de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra”. E, sem citar nominalmente o presidente americano Donald Trump, disse, com relação ao tarifaço, que “estamos testemunhando uma utilização extremamente perigosa de tarifas como instrumento de tentativa de interferência nos assuntos internos de outros países”.
As falas foram proferidas na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira (23) em Genebra, na Suíça, pelo secretário de assuntos econômicos e comerciais do Itamaraty, o embaixador Philip Fox-Drummond Gough. No discurso, ele falou ainda que as maiores economias do mundo devem “tomar ações firmes contra a proliferação de medidas comerciais unilaterais”.
O embaixador brasileiro também declarou que “neste exato momento, estamos testemunhando um ataque sem precedentes ao Sistema Multilateral de Comércio e à credibilidade da OMC”. E afirmou que “tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de forma caótica”, correm o risco de gerar uma grande inflação em escala global.
Philip falou ainda que medidas unilaterais, como no caso do tarifaço, “levantam questões fundamentais relativas à não discriminação e ao tratamento da nação mais favorecida”. Para ele, essas medidas “constituem uma violação flagrante dos princípios centrais que sustentam a OMC” e, por isso, põe em risco “o funcionamento do comércio internacional”.
Apesar do tom belicoso, o embaixador afirmou que o Brasil “continuará a priorizar soluções negociadas e a confiar em boas relações diplomáticas e comerciais”. No entanto, afirmou que, caso não alcance seus objetivos, o país recorrerá “a todos os meios legais disponíveis para defender nossa economia e nosso povo – o que inclui o sistema de solução de controvérsias da OMC”.
Source link