O ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre um suposto comportamento dele perante o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem é forte aliado. A crítica foi feita em meio às negociações para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) converse diretamente com o líder norte-americano.
A possibilidade de uma ligação vem sendo planejada nos bastidores, mas não deve ocorrer antes de sexta (1º), quando entra em vigor a taxação de 50% imposta por Trump aos produtos importados do Brasil.
“Você não vai querer que o presidente Lula se comporte como o Bolsonaro abanando o rabo e falando I love you”, atacou Haddad em entrevista à CNN Brasil nesta terça (29).
Haddad vem criticando duramente Bolsonaro desde que Trump impôs o tarifaço, classificando-o até mesmo como o presidente “mais subserviente da história” aos Estados Unidos. O ministro diz que a atitude do líder norte-americano ao taxar a maioria dos países do mundo pegou a todos com “certa perplexidade”.
“Vocês estão falando na maior potência do mundo que resolveu virar a mesa e nós estamos assistindo isso, no começo com certa perplexidade, mas nós estamos buscando os canais para trazer a racionalidade”, pontuou.
O ministro ainda ressaltou que as negociações para a conversa entre Lula e Trump são necessárias para “não acontecer com o presidente Lula o que aconteceu com o [Volodymyr] Zelensky, que passou um papelão na Casa Branca”.
Fernando Haddad afirmou que não é apenas o Brasil que tem lidado com a imposição de tarifas, e que a postura do governo Trump como um todo mudou em relação ao mundo de maio a julho.
Além de atacar Bolsonaro, Haddad também criticou governadores brasileiros – principalmente da oposição a Lula – por apoiarem o tarifaço ou mesmo tentarem se atravessar nas negociações com os Estados Unidos.
“Vejo alguns governadores com comportamento que é incompatível com o seu cargo. Um governador não pode concorrer com o interesse nacional, enfraquecendo a diplomacia brasileira como alguns estão fazendo”, afirmou pedindo uma “união nacional” para negociar a taxação.
Uma reunião do Fórum de Governadores, prevista para esta quarta (30), foi cancelada por falta de quórum. O convite havia sido feito pelo governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), do Distrito Federal, junto do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
“Em virtude da exiguidade do tempo, diante de compromissos assumidos anteriormente, não será possível o comparecimento de vários governadores, realidade que prejudica a ampla discussão do tema”, informou Ibaneis a Alckmin, sobre o cancelamento do encontro.
Entre os que não confirmaram presença estavam Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Ronaldo Caiado (União-GO) estava disposto a participar.
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