Lula diz que Bolsonaro “não é inocente” em meio a votos de Moraes e Dino

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não é inocente”. A declaração dada em um evento oficial do governo em Manaus ocorreu enquanto os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), davam os primeiros votos no julgamento de Bolsonaro pela suposta tentativa de um golpe de Estado após as eleições de 2022.

Os magistrados votaram por condenar o ex-presidente por supostamente liderar o plano para se manter no poder e impedir a posse de Lula naquele ano. O presidente petista elevou o tom contra Bolsonaro. O julgamento será retomado nesta quarta (10), às 9h, com o voto de Luiz Fux que pode formar maioria pela condenação.

“Esses caras tiveram a pachorra de mandar gente para os Estados Unidos para falar mal do Brasil e para condenar o Brasil. Tentando dizer que o pai dele é inocente. O pai dele não é inocente, ele tentou dar um golpe de Estado, estava arquitetando matar o Lula, matar o Alckmin, matar o Alexandre de Moraes”, disse, em referência a Bolsonaro e às articulações atribuídas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

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Lula ainda ressaltou que o Brasil enfrenta um momento de instabilidade, com as sanções dos Estados Unidos tidas como cunho político contra o governo brasileiro e, mais recentemente, a ameaça de uma ação militar.

“Nós estamos vivendo um momento delicado no Brasil. Você está vendo brasileiro, que foi candidato eleito pelo povo brasileiro, que cometeu as burrices que cometeu, que sabe que cometeu, está sendo julgado e que mandou o filho para os Estados Unidos pedir para o governo Trump taxar o país”, declarou.

A tensão política aumentou após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o governo do presidente Donald Trump não tem “receio de usar força econômica e militar para proteger a liberdade de expressão” no Brasil e em outros países. A ameaça foi recebida como um gesto de pressão externa em meio ao julgamento do STF.

Na Corte, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação de Bolsonaro, a quem classificou como líder de uma “organização criminosa”. O ministro Flávio Dino acompanhou o voto, mas defendeu penas mais duras tanto para o ex-presidente quanto para o ex-ministro Walter Braga Netto, apontado como peça-chave na estrutura denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Argumentos pessoais, agressões, coações, ameaças de governos estrangeiros não são assuntos que constituem matéria decisória. Quem veste essa capa [toga] tem proteção psicológica suficiente para se manter distante disso”, afirmou.

O julgamento envolve o chamado “núcleo 1” ou “crucial” da denúncia da PGR, formado por Bolsonaro e seus principais aliados, acusados de planejar e tentar executar um golpe contra o resultado das urnas em 2022. A Primeira Turma do STF já iniciou a análise e encaminha o processo para a fase final, que pode definir o futuro político do ex-presidente.


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