As recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro provocaram uma onda de manifestações críticas nos Estados Unidos. O movimento foi impulsionado pela atuação do parlamentar licenciado Eduardo Bolsonaro, que está desde março no país.
No último dia 18, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou a revogação do visto de Moraes e “aliados” no STF, sem citar nominalmente os demais atingidos pela decisão.
Em publicação no X, ele comunicou a medida contra o magistrado brasileiro, citando práticas de censura e perseguição política contra Bolsonaro.
“O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, escreveu o secretário.
O anúncio do governo americano rapidamente começou a repercutir entre autoridades e críticos de longa data da atuação de Moraes no Judiciário brasileiro.
A deputada republicana María Elvira Salazar, que condena há muito tempo ações do ministro brasileiro e pede sanções contra ele, disse no sábado (19) que a revogação do visto representa apenas o início de um processo mais amplo de responsabilização.
“A revogação do visto é um começo, agora precisamos de responsabilização total”, escreveu a parlamentar em publicação na rede X.
Na postagem, Salazar enfatizou que denuncia os abusos de Moraes “desde o primeiro dia” e condenou “a censura, as prisões e a perseguição política” no Brasil, que, segundo ela, “são incompatíveis com qualquer sistema democrático”.
Jason Miller, estrategista de campanha e ex-assessor sênior do presidente Donald Trump, também expressou indignação com as recentes decisões contra Bolsonaro no STF.

Compartilhando uma nota do tribunal superior brasileiro, Millei declarou no X, na segunda-feira (21): “Inacreditável. Alexandre de Moraes NOVAMENTE leva todo o ‘crédito’ pela perseguição política contra o presidente Jair Bolsonaro. Moraes quer que o mundo inteiro saiba que ELE governa o Brasil, não Lula”.
Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado americano e atual diretor executivo da Fundação para a Liberdade Online, focada na vigilância da liberdade de expressão, também condenou as restrições impostas pelo STF a Bolsonaro.

Na terça-feira (22), ele repostou um vídeo do ex-presidente com tornozeleira eletrônica com um comentário afirmando que “justiça deve chegar ao Brasil”.
Outra figura da direita americana que esteve envolvida em investigações no Congresso dos EUA no ano passado para apurar se as decisões judicias de Moraes careciam de legitimidade é o deputado republicano Chris Smith, um dos membros mais antigos do Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes.
Em junho do ano passado, ele enviou uma carta oficial ao ministro Alexandre de Moraes, expressando “preocupação” com supostas violações de liberdades civis e censura à imprensa no Brasil.
Steve Bannon, ex-estrategista político da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, falou no início do mês que o presidente dos Estados Unidos estava “muito aborrecido” com a situação enfrentada por Jair Bolsonaro no Brasil, em declarações ao portal Uol.
“Somos grandes apoiadores do movimento Bolsonaro desde que o conhecemos em 2017. E acho que a manifestação mostra que o presidente Trump está totalmente ciente do que está acontecendo”, disse Bannon ao portal brasileiro na ocasião.
Autoridades da Europa também manifestam apoio a Bolsonaro
As manifestações de apoio a Bolsonaro não se restringiram aos Estados Unidos e Brasil. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, compartilhou uma mensagem nesta semana em defesa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
A mensagem, publicada no X em inglês, dizia para o ex-presidente brasileiro continuar lutando em seu julgamento e defendendo o povo brasileiro contra a censura e perseguição política.
O vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, publicou uma mensagem de apoio a Bolsonaro no X em nome dele e de seu partido, o Liga, em resposta a uma publicação do senador Flávio Bolsonaro.

“Da minha parte e de toda a Liga, nossa mais profunda simpatia e total apoio a você [Flávio] e ao presidente Jair Bolsonaro, perseguido pelo Judiciário de esquerda, mas amado por seu povo”, escreveu Salvini nas redes sociais.
O membro do Parlamento Europeu, representante da Polônia, Dominik Tarczynski foi outra autoridade de fora dos Estados Unidos que demonstrou apoio público ao ex-presidente.

No X, ele compartilhou a carta de Trump endereçada a Bolsonaro mencionando o “terrível tratamento” dispensado a ele pelo STF no Brasil. Em comentário seguido do documento, o membro do Parlamento europeu escreveu: “100% de apoio a Bolsonaro”, marcando o perfil do ex-presidente.
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