
Mark Epstein, irmão do financista Jeffrey Epstein, concedeu uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera na qual afirma que o irmão não tirou a própria vida. As declarações foram publicadas neste sábado.
Epstein, um milionário bem-relacionado que era acusado de abusar sexualmente de menores de idade, foi encontrado morto em sua cela em 2019, uma semana após ter sido preso.
A entrevista foi publicada neste sábado (26). Mark disse ao jornal que, inicialmente, quando soube pela imprensa do suposto suicídio, não teve motivos para duvidar e aceitou a informação. Mas no dia seguinte, quando ele foi a Nova York para identificar o corpo e foi realizada a autópsia, os legistas declararam que não podiam considerar o caso um suicídio.
“A médica legista da cidade, Kristin Roman, que realizou a autópsia junto com Michael Baden em meu nome, declarou que não podiam declarar suicídio porque se parecia muito com um homicídio. Foi então que as coisas mudaram. Minha vida teria sido mais fácil se tivessem dito: Sim, é suicídio, mas não puderam”, explicou ao jornal.
Segundo ele, “Barbara Sampson, a chefe forense, declarou que se tratava de um suicídio, sem explicar que exame havia sido realizado”.
Mark Epstein prosseguiu: “E, sejamos claros: ela nunca viu o corpo. O que a levou a essa conclusão? Foi Bill Barr (então procurador-geral do governo Trump), que disse ter visto o vídeo e que ninguém tinha permissão para entrar naquele nível da prisão, ignorando que havia outros 12 detentos naquele nível que poderiam ter assassinado Jeffrey? E há muitas outras coisas”, argumentou o irmão do financista.
Suspeita sobre Tump
Sobre o depoimento da ex-parceira e cúmplice de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, Mark Epstein afirmou: “Não sei nada além do que todos sabem: que ela está na prisão e foi acusada de mentir sob juramento, mas não sei o que ela poderia dizer ou saber. Veja bem, Jeffrey disse que tinha informações que prejudicavam Trump; talvez ela saiba do que ele estava falando”.
Ghislaine Maxwell deve ser convocada a falar à Câmara de Representantes dos Estados Unidos nos próximos dias. “Não sei se vão perguntar a ela. É interessante que o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, tenha dito que Ghislaine tem muitos motivos para mentir, criticando seu depoimento antes mesmo de ela falar. Pensei: por que não ouvem antes de julgar? Acho que estava preparando o terreno para que, se ela dissesse algo prejudicial, pudesse dizer que era mentira. É tudo tão sujo, não é transparente”, observou.
Ao ser perguntado se acha que o irmão era culpado de tráfico sexual de menores, Mark não foi preciso.
“Meu trabalho não é defender o Jeffrey; não sou nem o advogado de defesa nem o promotor. O que eu sei é que tráfico sexual é quando se leva uma menor para outro estado para ter relações sexuais. P. Diddy foi acusado de tráfico para fins de prostituição, o que é diferente. Jeffrey foi acusado de tráfico: culpado de ter relações sexuais com menores de idade. Não posso julgar mais nada, mas sei que ele era culpado de ter relações sexuais com menores de idade porque ele me contou”, analisou.
As declarações de Mark Epstein ocorrem em um momento em que o caso de seu irmão voltou a ser notícia depois que o FBI (polícia federal) e o Departamento de Justiça concluíram uma investigação que, apesar das informações contrárias, o financista não tinha uma “lista de clientes” famosos para chantagear e confirmaram sua morte por suicídio.
Os apoiadores mais ferrenhos de Trump manifestaram insatisfação com o governo do republicano, que havia prometido durante a campanha publicar essa lista, uma suposta agenda de cúmplices de Epstein que incluiria celebridades e políticos influentes e que há anos é o centro de inúmeras teorias da conspiração.
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