Alckmin e Haddad podem viajar a Washington para negociar tarifaço

O ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, afirmou nesta quarta (30) que não descarta viajar a Washington com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para negociar a taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, uma missão do alto escalão do governo não deve ocorrer antes de sexta (1º), quando a tarifa entra em vigor.

Membros do governo vêm se reunindo diariamente e tentando ampliar os canais de diálogo com as autoridades norte-americanas, que estão restritos no momento ao secretário de Comércio Howard Lutnick. Ele já sinalizou a possibilidade de isenção a alguns itens agrícolas, como café, manga e cacau,

“Assim que tiver uma agenda estruturada, sim. Eu já estive na Califórnia com o secretário Scott Bessent [Tesouro dos Estados Unidos] e tenho tentado contato com ele, mas está na Europa fechando acordos. A assessoria disse que ao ele regressar aos Estados Unidos a gente teria possibilidade de uma conversa”, disse o ministro a jornalistas mais cedo.

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Haddad afirmou que vem tendo reuniões diárias para discutir o tarifaço e que dificilmente se chegará a um acordo antes de sexta (1º), pontuando que as negociações se prolongarão mesmo após o início da cobrança.

O ministro ressaltou que é preciso aguardar o início efetivo da taxação para o governo avaliar o que deve ser feito – incluindo a aplicação do plano de contingência às empresas brasileiras que venham a ser afetadas.

Ele ainda elogiou o trabalho que vem sendo feito por Alckmin ao liderar as negociações com os Estados Unidos, tanto pelo que já foi tornado público como nas conversas sob reserva.

Na véspera, o ministro afirmou que as equipes do governo lideradas por Alckmin, pelo ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) e de senadores brasileiros em Washington estão fazer uma “preparação protocolar” para azeitar o diálogo entre Lula e Trump.

“Quando dois chefes de Estado vão conversar, tem uma preparação antes para que não seja uma coisa que subordine um país ao outro. De dois países soberanos, não é uma coisa que sai correndo atrás. A gente tem que entender que o Brasil é um país grande, isso não é arrogância nenhuma. A gente se dá bem com todo mundo”, disse.

No entanto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), descartam uma conversa dos dois presidentes antes de sexta (1º) por conta dos preparativos necessários. Há, ainda, o receio de que o diálogo evolua para hostilidades como ocorreu com os líderes da Ucrânia e da África do Sul.


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